Estou terminando de ler o livro "Comprometida", da mesma autora de "Comer. Rezar. Amar.", Elizabeth Gilbert.
Ela faz uma análise, muito sincera e lúcida, sobre essa instituição que tanto nos fascina e nos deixa atordoadas, chamada casamento. Ela "desfaz os mitos, constrói uma perspectiva histórica e troca, enfim, fantasias românticas por vitais compromissos emocionais." (A D O R E I os tais compromissos emocionais, a minha cara rsrsrs). Mas um detalhe muito interessante me chamou a atenção nesses últimos dias de leitura, a questão da escolha de ser tia.
Quando me separei do meu ex marido, há quase 5 anos, um problema, bastante pertinente, caiu de pára-quedas bem no meio da minha vida: era uma mulher a beira dos 34 anos e havia acabado de chutar pro alto a condição de esposa, a possibilidade de ser mãe e também o passe livre para as conversas nas festas de família. Mesmo aos cacos e aos prantos, sem noção de qual direção seguir naquele momento, precisei tomar uma decisão rápida sobre ter filhos. Afinal, dizem por aí, que é melhor que se tenha o primeiro até os 35 anos e blá blá blá. Bom, decidi que seria mãe só depois dos 40, assim teria um tempo para juntar os pedaços, me tornar uma nova mulher, cometer novos erros (porque dos velhos já estava de saco cheio hahahahaha) e adotar um filho. Por quê adotar? Por razões do coração, da alma e da fisiologia feminina.
Quatro anos se passaram e tenho que confessar que comecei a adorar o meu papel de tia. Me sinto super confortável nele. Mas de vez enquando a coisas se complicam um poquinho quando algumas pessoas olham como se você fosse incompleta, tivesse algum problema ou fosse infeliz, por não ter tido nenhum filho às vésperas de completar 38 anos. Ainda não fechei essa porta, mas ela está encostada à espera de alguns passos que ainda preciso dar antes de tomar a decisão final. Mas caso a tome, encontrei na minha prazerosa leitura uma justificativa tão linda para ser tia assim como existe para ser mãe:
"O meu serviço não é apenas de mimar e estragar a minha sobrinha e o meu sobrinho (...), mas também de ser para o mundo, uma tia itinerante, uma tia embaixadora, que está à mão sempre que alguém precisa de ajuda, em qualquer família. (...) Dessa maneira também promovo a vida. Há muitíssimas maneiras de promover a vida. E pode acreditar, todas elas são essenciais." (p.165)
hoje aos 36 continuo solteiro e sem filhos. filhos não posso ter, solteiro por opção. a cara de espanto quando me perguntam "ué não é casado?" só é superada pela de "o quê?? não tem filhos??" que perde para a de "como assim não pode ter filhos???" quando eu digo que sou estéril. adoro ser diferente...
ResponderExcluirQuando as pessoas me perguntam se me casei de novo eu repondo: Não, não. Agora eu sou uma mulher feliz!" hahahahahaha
ResponderExcluirVc acredita que tb li esse livro nessas ferias, acabei um pouco antes do ano novo, e pensei muito em vc nessa parte das tias?? Incrível! E me identifiquei tb, Nao sei pq a sociedade exige que sejamos casadas e mães para sermos plenamente felizes, como se ser tia fosse ate uma nomeacao pejorativa.
ResponderExcluirUm Bjao
Saudades!!
OI Ma!
ResponderExcluirQuanta coincidência... O livro, a época, a parte das tias.
Gostei muito das razões que ela nos oferece para sermos felizes, alem das que aprendemos e enraizamos na nossa sociedade. É libertador quando alguem consegue verbalizar o que sentimos e acreditamos.
Saudades de vc também =)